Falha desconhecida pode ter estado na origem de sismo no Haiti

Sismo do Haiti deriva de deslocação das placas das Caraíbas e norte-americana


Os geólogos procuram uma explicação para aquilo que aconteceu faz precisamente hoje um ano no Haiti. A questão do cenário é importante para prever a frequência e intensidade de próximos sismos.

Quando a terra tremeu, os geofísicos não ficaram surpreendidos, tendo em conta que Port-au-Prince se encontra numa zona sísmica activa, próxima da falha Enriquillo-Plantain Garden (EPG), mas a origem precisa do terramoto permanece um mistério. Uma falha setentrional, a fronteira entre a placa das caraíbas e a norte-americana, faz com que estas escorreguem uma contra a outra a uma velocidade de dois centímetros por ano.
Segundo um estudo publicado na «Nature Geoscience», o cenário não é totalmente inofensivo. Aliás, uma boa compreensão do fenómeno permitirá prevenir sobre novos sismos, saber a sua frequência e estimar a probabilidade da intensidade.

Um tremor de terra deriva do efeito de uma manifestação brutal de um movimento tectónico progressivo. Quando duas placas se deslocam, ficam soldadas pelas forças de fricção ao nível das falhas. Acabam por se deformar tal como uma pastilha elástica muito dura. Passado algum tempo, a contracção torna-se maior e toda a energia acumulada ao longo dos anos é lançada de uma vez só: a falha rompe-se e dá o tremor de terra.

O sismo do Haiti está ligado à deslocação das placas das Caraíbas e norte-americana, mas a crosta não se rompeu na superfície tal como pensavam os investigadores e, por isso, continuam a analisar imagens de satélites de “antes” e “após” a medições de GPS de pequenas deformações que seguiram o tremor. A partir daqui, formularam-se três cenários distintos.

A ausência de desnível poderia ser explicada pela ruptura de uma falha, até agora desconhecida e situada nas profundezas da EPG. Outra hipótese é o sismo ser resultado de pequenas falhas na superfície. Os especialistas sugerem ainda que pequenas deformações observadas sejam compatíveis com a ruptura gigantesca da EPG, mas sem ligação a pequenas falhas secundárias.

Até agora, nenhuma das três possibilidades foi comprovada e os geólogos temem um novo tremor de terra devastador a curto prazo.



Informação via CiênciaHoje, 12.01.2011

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