Guimarães CEC 2012: andanças



Vidal: Guimarães, quarteirão dos couros (11-07-12)

Recordo deambulações nocturnas por estas bandas. Estudantes deleitáveis, futuros geógrafos (sem geografia que nos valha), espécie de passeadores incorrigíveis pela cidade. E como esta foi mudando! Por momentos revivi, mas não de uma forma fantasmática, porque nunca deixei, de uma maneira ou de outra, de a visitar (amiúde) sem me sentir um visitante. Desta vez não estava escuro no quarteirão dos couros, e não pude deixar de pensar no documentário que revi recentemente na Rtp2, Périplo – Histórias do Mediterrâneo, realizado por Camilo Azevedo e apresentado por Miguel Portas, quando a viagem se detém em Fez – Marrocos - com as suas enormes tinturarias a céu aberto (muito semelhantes a estas), os seus tapetes, as suas ruelas labirínticas. Observando o quarteirão dos couros em Guimarães, estava perante uma história económica, social e cultural, para sempre tatuada na cidade, e que é também a história do seu povo, ou se quisermos, como nos sugere Calvino na sua obra As Cidades Invisíveis: “a cidade não conta o seu passado, contém-no como as linhas da mão”. E não pude deixar de pensar como, de certa forma, Guimarães está tão próxima de Fez, tão próxima que nem sequer o vemos. Ou não queremos ver…

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